quinta-feira, 25 de março de 2010

Within You, Without You.

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quarta-feira, 24 de março de 2010

"O que será que faz os celulares de hoje tão diferentes, tão atraentes?"

Primeira intervenção da casadeGiz nas ruas da cidade.

Nossa modelo Dada Gangstar passeou pela cidade vestindo o modelito carro-chefe da coleção "Jetson#mode", criado pela Abominável Judie Werner. Dada falava tranquilamente ao celular, enquanto despertava olhares curiosos, repressores e tarados nas pessoas. "Tudo não passa de mais uma tentativa frustrada de Foudèr entrar no mundo da Performance", censuram os invejosos que sacaram a brincadeira.

Frustrada?

quarta-feira, 10 de março de 2010

Surto.

"Você deve descansar, Fernando", Sharlotte me dissera ao telefone. "Daqui a pouco, você vai surtar." "Eu nunca vou surtar. Não se a causa do surto estiver relacionado a mim". "As pessoas farão você surtar". "Eu nem as vejo. Aliás, faz uma semana, hoje, que não saio pra rua. Do meu apartamento venho direto aqui pra casadeGiz. Aldo me traz de carro. Nem o Thomas posso ver direito". "O Thomas está aí?" "Sim. Meus pais vieram passar alguns dias aqui na cidade". "E como ele tá? Tá grande?" "Tá. E também não para de falar. Só pergunta, pergunta, pergunta. Não me deixa quieto". "Hahaha. E você, com certeza, deve tá menosprezando ele. Tadinho, Fernando." "Hshahsha. Que nada. Só às vezes, quando ele me chateia. Aí fica meio triste e começa a chorar. Tá um bebê chorão. Descobri que tá apanhando na escola. Vi umas marcas roxas nos braços dele". "Ai, coitado. E a sua mãe já foi na escola resolver isso?" "Já. Parece que é um gordo tetudo da sétima série que está amedrontando os garotos do primário. E o Thomas é o principal alvo dele. Ainda mais depois que minha mãe foi na escola reclamar com a Direção". "Que moleque escroto". "Aí o Thomas veio me pedir umas dicas de como podia acabar com esse gordo tetudo. Eu não soube o que responder. Disse pra ele fazer algum tipo de arte". "E ele está fazendo?" "Não. O gordo não deixa". Estou em casa. Não na casadeGiz. Em casa mesmo, no meu apartamento. Amany gastou 31 centavos me dizendo pra tirar umas férias da casadeGiz; que aquele lugar me faria surtar; que era pra eu descansar, encher a cabeça de vazio. Enchi. Há quatro dias não ponho os pés lá. Só recebo telefonemas da energúmena da Tiana, no final da tarde, falando mal da administração de Enzo. Sei que ele está cuidando muito bem da casa. Ela que está morrendo de inveja, ainda achando que eu algum dia vou deixar a casa nas mãos dela. Pobre criatura. Não fiz nada nesses dias. Só fiz aniversário, nada demais. E fiquei deitado em meu quarto, assistindo a inutilidades televisivas. Mas muito nostálgicas. Domingo, por exemplo, estava assistindo ao Programa Silvio Santos e ri muito com uma reprise de pegadinhas. Passou a minha pegadinha preferida, talvez a melhor de todos os tempos. Aquela clássica da Ruth Ronci, em que ela se fantasia de "noiva-cadáver" e assombra os novos guardas-noturnos de um cemitério. “Psiu... Psiu”, ela os chama, atrás de um pequeno mausoléu. Eles olham, desconfiados e medrosos, ela sai detrás do sepulcro e eles correm desesperadamente pra fora do cemitério. É hilária. Minhas gargalhadas são interrompidas por batidas na porta. Logo após, um rostinho sorridente aparece no espaço entreaberto da porta. "Oi!", anuncia-se Thomas. "Oi", eu respondo sem muito entusiasmo e concentrado na TV. "Posso entrar?" "Só se não encher meu saco". "Num vou". "Tudo bem, então". Ele entrou e fechou a porta em seguida. "Que gostoso que tá aqui dentro". "Pois é. O ar-condicionado está ligado". "Tá bem quente lá fora." "Eu sei. Por isso liguei o ar-condicionado". "Queria ter um no meu quarto", disse ele jogando-se no meu pufê azul. "Que pena. É só trabalhar e comprar um". "Eu não posso trabalhar porque sou pequeno ainda". "Então fique morrendo de inveja do meu ar-condicionado". "Mas você também não trabalha". "Quem disse que eu não trabalho?" "A mamãe". "E o que ela sabe sobre trabalho?" "Sei lá. Ela que disse." "Foda-se." Thomas deu um gritinho assustado, levando as mãos à boca. "Que foi?" "Você falou palavrão". "Foda-se. Ih, acho que repeti". "Mamãe não gosta que você fale palavrão". "Eu não gosto de domingo, nem por isso ele será abolido do calendário semanal". "Como?" "Esquece". "Você vai sair?" "Estou com cara de quem vai sair?" "Acho que não". "Quero assistir o Silvio Santos". "Ah, Fido, vamos fazer alguma coisa..." "Assistir Silvio Santos". "Vamos à praia?" "À praia?" "É". "Não". "Por que você é tão chato?" "Você me acha chato?" "Não". "Então por que disse que eu sou chato?" "Você só é chato algumas vezes". "Quais vezes?" "Quando você não quer brincar comigo". "Você será igual a mim". "Eu vou ser igual a você?" "Ahnrrã". "Hum". "Você quer ser igual a mim?" "Num sei. É legal ser você?" "Às vezes. Só quando eu não preciso ser adulto". "Eu quero ser igual a você". "Você será". Aqueles olhinhos diante de mim não me enganam. Nem quando pula na cama, levanta a camiseta e pede "arrepio" nas costas.