5 kiwis
1 abacaxi semi-maduro
3 mangas
2 maracujás
3 cachos de bananas
2 cocos verdes
geleia de amora
chá de pêssego
P.S.: Parabéns, Tony Ramos tem 62 anos.
domingo, 3 de outubro de 2010
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Falta.
Anteriormente, num passado nem um pouco distante, algo foi embora. A lucidez, em sua forma material, que se desfez de diversos afazeres relacionados à minha pessoa. O primeiro problema - o que nos afastou - foi a falta do tempo. Ela não tem mais tempo pra nada, está sempre longe, fora de meu alcance; fora do espaço em que me envolve; fora do universo ao meu redor. Há muito tempo que não a vejo, nem de longe. Depois do tempo todo em que ficamos como metade que há de se encontrar, nos desencontramos, de uma hora para outra e sem explicação, como se não fizéssemos mais par. Sempre fomos um pelo outro... Éramos à vontade de tudo... Nos completávamos.
Agora: é como se eu estivesse a emergir; e minha lucidez agarrará em minha mão e nunca mais soltará, porque sempre, em algum ponto, precisarei dela mais do que tudo.
Agora: é como se eu estivesse a emergir; e minha lucidez agarrará em minha mão e nunca mais soltará, porque sempre, em algum ponto, precisarei dela mais do que tudo.
quinta-feira, 3 de junho de 2010
terça-feira, 1 de junho de 2010
Foudèr Fiction - Tempos de Criatividade
por Marina Albuquerque.
Quanto mais o elevador se aproxima do décimo sétimo andar de um dos edifícios mais luxuosos da cidade, percebo que o mundo de Fernando Foudèr é movido por apenas três sons: máquinas industriais, pessoas falando e gargalhando, e o batimento cardíaco de quem visita pela primeira vez sua "fábrica" de cultura e referências, a casadeGiz.
Assim que as portas de ferro do elevador se abrem, sou surpreendida por quatro pessoas nuas, estáticas, ocultando a campainha e a maçaneta de cada um dos dois apartamentos que compõe a casadeGiz. São jovens, bonitos, inexpressivos, que provavelmente acreditam que estão fazendo alguma coisa de útil. Para Fernando estão. De nada mais precisa se não a estética dos quatro modelos. Duas moças e dois rapazes. Elas, de seios grandes, enrijecidos, curvas perfeitas, cabelos amarrados para o alto, olhos lindos e frios. Eles, de físico atlético, maxilar quadrado, barba e olhar vazio. Todos com pelos pubianos compridos. Cada casal se apropria da entrada de cada apartamento. Me faz lembrar uma performance de Marina Abramovic. Com certeza, Fernando deve ter roubado a ideia de lá.
Depois do espanto, decido ir até a porta do apartamento 1115, onde ficam as salas, as exposições e o escritório de Foudèr. Fico encarando a moça, que está com a campainha no meio das pernas, para que fique constrangida. Não obtenho sucesso. Continua estática, olhando para o nada. Tenho que me abaixar para apertar a campainha e quase encosto no púbis dela. Aguardo. Tento não olhar para o pênis do rapaz e para os seios da moça, mas é quase impossível; ambos são grandes. Depois de dois minutos e quarenta e três segundos abrem a porta. Não consigo visualizar o anfitrião, pois o rapaz nu cobre a passagem. Só ouço uma voz feminina perguntar: "Quem gostaria?", e respondo: "Marina Albuquerque, do blog 'Coisa Nenhuma'". "O que deseja?" "Agendei uma entrevista com o Fernando Foudèr". "Quando?" "Na primeira semana do mês". "Pode entrar. Avisarei ele. Vá direto para o Salão Branco. Pode tirar milhares de fotos, só não encoste, derrube ou quebre nada, por favor." O único jeito de entrar no apartamento era passando pelo meio das pernas do rapaz, uma situação um tanto constrangedora, pelo fato de que rocei meus quadris nas coxas dele e a cabeça em sua genitália. Fechei a porta logo que entrei.
O saguão de entrada é estranho, assim como as pessoas que por ele desfilam e gargalham. É vazio. E em determinadas partes, nas paredes, forrado de plástico-bolha. E papel-filme. E Contact espelhado. Nada de obras de arte, performances, exposições, esculturas... Nada. Só pessoas sentadas e deitadas no chão, de aspecto hippie, umas se beijando, outras declamando poesia concreta, outras bebendo, outras lambendo uma cuíca, outras comendo frutas, enfim. Decepção, talvez fosse a palavra que resumiria toda a minha expectativa.
De repente surge em minha frente a personificação da voz que me atendeu. É uma jovem, com expressão soberba, feia, e um ar empobrecido. "Tiana", ela se apresentou. "Prazer". "Vá direto para o Salão Branco", disse com certa aspereza. Não hesitei e fui direto para lá. É a maior sala do terceiro corredor do apartamento. A porta é pintada de vermelho-fogo e a maçaneta e os contornos, de branco. O interior é claustrofobicamente branco também. Todo branco. Sofá branco, cadeiras brancas, mesa branca, paredes brancas, luz fosforescente branca, armário branco, tudo branco. Cada detalhe. Branco, branco, branco. O ar condicionado estava ligado e muito frio, o que só fazia aumentar o ar nórdico que pairava lá dentro. Os olhos ardem depois de alguns minutos. Me sentei no sofá branco de couro, um pouco distante da mesa onde provavelmente Foudèr se senta. E esperei. A cada três segundos um arrepio me estremecia. Encolhi os braços depois de retirar o gravador da bolsa e pô-lo ao meu lado. Observei as molduras brancas que são postas como quadros. Algumas são enormes. Outras, como se fossem uma sequência, são enfileiradas lado a lado. E aguardei por vinte e três minutos naquele quarto de manicômio até Fernando Foudèr chegar. A porta se fechou e de pés descalços foi até sua mesa. Sentou-se na cadeira de estofamento branco que ficava atrás. Me olhou e dei um sorriso. "Oi. Eu sou Marina Albuquerque, do blog 'Coisa Nenhuma'. Marcamos uma entrevista no começo do mês, lembra?" "Sim. Mas infelizmente hoje não vai dar. Estou indisposto. E exausto. Acabei de chegar de uma exposição desses lindos quadros brancos. Comprei todos eles e foram colocados agora. Não são lindos?"
Quanto mais o elevador se aproxima do décimo sétimo andar de um dos edifícios mais luxuosos da cidade, percebo que o mundo de Fernando Foudèr é movido por apenas três sons: máquinas industriais, pessoas falando e gargalhando, e o batimento cardíaco de quem visita pela primeira vez sua "fábrica" de cultura e referências, a casadeGiz.
Assim que as portas de ferro do elevador se abrem, sou surpreendida por quatro pessoas nuas, estáticas, ocultando a campainha e a maçaneta de cada um dos dois apartamentos que compõe a casadeGiz. São jovens, bonitos, inexpressivos, que provavelmente acreditam que estão fazendo alguma coisa de útil. Para Fernando estão. De nada mais precisa se não a estética dos quatro modelos. Duas moças e dois rapazes. Elas, de seios grandes, enrijecidos, curvas perfeitas, cabelos amarrados para o alto, olhos lindos e frios. Eles, de físico atlético, maxilar quadrado, barba e olhar vazio. Todos com pelos pubianos compridos. Cada casal se apropria da entrada de cada apartamento. Me faz lembrar uma performance de Marina Abramovic. Com certeza, Fernando deve ter roubado a ideia de lá.
Depois do espanto, decido ir até a porta do apartamento 1115, onde ficam as salas, as exposições e o escritório de Foudèr. Fico encarando a moça, que está com a campainha no meio das pernas, para que fique constrangida. Não obtenho sucesso. Continua estática, olhando para o nada. Tenho que me abaixar para apertar a campainha e quase encosto no púbis dela. Aguardo. Tento não olhar para o pênis do rapaz e para os seios da moça, mas é quase impossível; ambos são grandes. Depois de dois minutos e quarenta e três segundos abrem a porta. Não consigo visualizar o anfitrião, pois o rapaz nu cobre a passagem. Só ouço uma voz feminina perguntar: "Quem gostaria?", e respondo: "Marina Albuquerque, do blog 'Coisa Nenhuma'". "O que deseja?" "Agendei uma entrevista com o Fernando Foudèr". "Quando?" "Na primeira semana do mês". "Pode entrar. Avisarei ele. Vá direto para o Salão Branco. Pode tirar milhares de fotos, só não encoste, derrube ou quebre nada, por favor." O único jeito de entrar no apartamento era passando pelo meio das pernas do rapaz, uma situação um tanto constrangedora, pelo fato de que rocei meus quadris nas coxas dele e a cabeça em sua genitália. Fechei a porta logo que entrei.
O saguão de entrada é estranho, assim como as pessoas que por ele desfilam e gargalham. É vazio. E em determinadas partes, nas paredes, forrado de plástico-bolha. E papel-filme. E Contact espelhado. Nada de obras de arte, performances, exposições, esculturas... Nada. Só pessoas sentadas e deitadas no chão, de aspecto hippie, umas se beijando, outras declamando poesia concreta, outras bebendo, outras lambendo uma cuíca, outras comendo frutas, enfim. Decepção, talvez fosse a palavra que resumiria toda a minha expectativa.
De repente surge em minha frente a personificação da voz que me atendeu. É uma jovem, com expressão soberba, feia, e um ar empobrecido. "Tiana", ela se apresentou. "Prazer". "Vá direto para o Salão Branco", disse com certa aspereza. Não hesitei e fui direto para lá. É a maior sala do terceiro corredor do apartamento. A porta é pintada de vermelho-fogo e a maçaneta e os contornos, de branco. O interior é claustrofobicamente branco também. Todo branco. Sofá branco, cadeiras brancas, mesa branca, paredes brancas, luz fosforescente branca, armário branco, tudo branco. Cada detalhe. Branco, branco, branco. O ar condicionado estava ligado e muito frio, o que só fazia aumentar o ar nórdico que pairava lá dentro. Os olhos ardem depois de alguns minutos. Me sentei no sofá branco de couro, um pouco distante da mesa onde provavelmente Foudèr se senta. E esperei. A cada três segundos um arrepio me estremecia. Encolhi os braços depois de retirar o gravador da bolsa e pô-lo ao meu lado. Observei as molduras brancas que são postas como quadros. Algumas são enormes. Outras, como se fossem uma sequência, são enfileiradas lado a lado. E aguardei por vinte e três minutos naquele quarto de manicômio até Fernando Foudèr chegar. A porta se fechou e de pés descalços foi até sua mesa. Sentou-se na cadeira de estofamento branco que ficava atrás. Me olhou e dei um sorriso. "Oi. Eu sou Marina Albuquerque, do blog 'Coisa Nenhuma'. Marcamos uma entrevista no começo do mês, lembra?" "Sim. Mas infelizmente hoje não vai dar. Estou indisposto. E exausto. Acabei de chegar de uma exposição desses lindos quadros brancos. Comprei todos eles e foram colocados agora. Não são lindos?"
segunda-feira, 5 de abril de 2010
sábado, 3 de abril de 2010
quinta-feira, 25 de março de 2010
Within You, Without You.
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quarta-feira, 24 de março de 2010
"O que será que faz os celulares de hoje tão diferentes, tão atraentes?"
Primeira intervenção da casadeGiz nas ruas da cidade.
Nossa modelo Dada Gangstar passeou pela cidade vestindo o modelito carro-chefe da coleção "Jetson#mode", criado pela Abominável Judie Werner. Dada falava tranquilamente ao celular, enquanto despertava olhares curiosos, repressores e tarados nas pessoas. "Tudo não passa de mais uma tentativa frustrada de Foudèr entrar no mundo da Performance", censuram os invejosos que sacaram a brincadeira.
Frustrada?
domingo, 21 de março de 2010
quarta-feira, 10 de março de 2010
Surto.
"Você deve descansar, Fernando", Sharlotte me dissera ao telefone. "Daqui a pouco, você vai surtar."
"Eu nunca vou surtar. Não se a causa do surto estiver relacionado a mim".
"As pessoas farão você surtar".
"Eu nem as vejo. Aliás, faz uma semana, hoje, que não saio pra rua. Do meu apartamento venho direto aqui pra casadeGiz. Aldo me traz de carro. Nem o Thomas posso ver direito".
"O Thomas está aí?"
"Sim. Meus pais vieram passar alguns dias aqui na cidade".
"E como ele tá? Tá grande?"
"Tá. E também não para de falar. Só pergunta, pergunta, pergunta. Não me deixa quieto".
"Hahaha. E você, com certeza, deve tá menosprezando ele. Tadinho, Fernando."
"Hshahsha. Que nada. Só às vezes, quando ele me chateia. Aí fica meio triste e começa a chorar. Tá um bebê chorão. Descobri que tá apanhando na escola. Vi umas marcas roxas nos braços dele".
"Ai, coitado. E a sua mãe já foi na escola resolver isso?"
"Já. Parece que é um gordo tetudo da sétima série que está amedrontando os garotos do primário. E o Thomas é o principal alvo dele. Ainda mais depois que minha mãe foi na escola reclamar com a Direção".
"Que moleque escroto".
"Aí o Thomas veio me pedir umas dicas de como podia acabar com esse gordo tetudo. Eu não soube o que responder. Disse pra ele fazer algum tipo de arte".
"E ele está fazendo?"
"Não. O gordo não deixa".
Estou em casa. Não na casadeGiz. Em casa mesmo, no meu apartamento. Amany gastou 31 centavos me dizendo pra tirar umas férias da casadeGiz; que aquele lugar me faria surtar; que era pra eu descansar, encher a cabeça de vazio. Enchi. Há quatro dias não ponho os pés lá. Só recebo telefonemas da energúmena da Tiana, no final da tarde, falando mal da administração de Enzo. Sei que ele está cuidando muito bem da casa. Ela que está morrendo de inveja, ainda achando que eu algum dia vou deixar a casa nas mãos dela. Pobre criatura.
Não fiz nada nesses dias. Só fiz aniversário, nada demais. E fiquei deitado em meu quarto, assistindo a inutilidades televisivas. Mas muito nostálgicas. Domingo, por exemplo, estava assistindo ao Programa Silvio Santos e ri muito com uma reprise de pegadinhas. Passou a minha pegadinha preferida, talvez a melhor de todos os tempos. Aquela clássica da Ruth Ronci, em que ela se fantasia de "noiva-cadáver" e assombra os novos guardas-noturnos de um cemitério. “Psiu... Psiu”, ela os chama, atrás de um pequeno mausoléu. Eles olham, desconfiados e medrosos, ela sai detrás do sepulcro e eles correm desesperadamente pra fora do cemitério. É hilária.
Minhas gargalhadas são interrompidas por batidas na porta. Logo após, um rostinho sorridente aparece no espaço entreaberto da porta.
"Oi!", anuncia-se Thomas.
"Oi", eu respondo sem muito entusiasmo e concentrado na TV.
"Posso entrar?"
"Só se não encher meu saco".
"Num vou".
"Tudo bem, então".
Ele entrou e fechou a porta em seguida.
"Que gostoso que tá aqui dentro".
"Pois é. O ar-condicionado está ligado".
"Tá bem quente lá fora."
"Eu sei. Por isso liguei o ar-condicionado".
"Queria ter um no meu quarto", disse ele jogando-se no meu pufê azul.
"Que pena. É só trabalhar e comprar um".
"Eu não posso trabalhar porque sou pequeno ainda".
"Então fique morrendo de inveja do meu ar-condicionado".
"Mas você também não trabalha".
"Quem disse que eu não trabalho?"
"A mamãe".
"E o que ela sabe sobre trabalho?"
"Sei lá. Ela que disse."
"Foda-se."
Thomas deu um gritinho assustado, levando as mãos à boca.
"Que foi?"
"Você falou palavrão".
"Foda-se. Ih, acho que repeti".
"Mamãe não gosta que você fale palavrão".
"Eu não gosto de domingo, nem por isso ele será abolido do calendário semanal".
"Como?"
"Esquece".
"Você vai sair?"
"Estou com cara de quem vai sair?"
"Acho que não".
"Quero assistir o Silvio Santos".
"Ah, Fido, vamos fazer alguma coisa..."
"Assistir Silvio Santos".
"Vamos à praia?"
"À praia?"
"É".
"Não".
"Por que você é tão chato?"
"Você me acha chato?"
"Não".
"Então por que disse que eu sou chato?"
"Você só é chato algumas vezes".
"Quais vezes?"
"Quando você não quer brincar comigo".
"Você será igual a mim".
"Eu vou ser igual a você?"
"Ahnrrã".
"Hum".
"Você quer ser igual a mim?"
"Num sei. É legal ser você?"
"Às vezes. Só quando eu não preciso ser adulto".
"Eu quero ser igual a você".
"Você será".
Aqueles olhinhos diante de mim não me enganam. Nem quando pula na cama, levanta a camiseta e pede "arrepio" nas costas.
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Suco de melancia.
EUESCOLHOPRAVOCÊ
euescolhopravocêeuesEUcolhopra
vocêeuescolhopravocêeuescolhopravocêeuescESCOLHOolhopra
vocêeEUuescolESCOLHOhoPRApravVOCÊocêPRAescolhopra
vocêeuescolhopEUravocêESCOLHOeuPRAescolhoVOCÊpravo
cêeuescolhopravocêeuescolhopravoESCOLHOcêeuPRAescolho
pravocêeEUuescolhopravocêeuescolEUhopraESCOLHOvocê
euesEUESCOLHOPRAVOCÊcolhopravocêeuescolhopEUravocê
euescolhopravPRAoVOCÊcêeuescolhopravocêeuescolhopra
vocêeuescolhopravocêeuescolhopravocêeuescolhopravocêeu
escolhopravocêeuescolhopravocêeuescolhopravocêeuescolho
EU
EU ESCOLHO
EU ESCOLHO PRA
PRA VOCÊ
VOCÊ
ÊCOV PRA
ARP ESCOLHO VOCÊ
OHLOCSE EU ESCOLHOVOCÊESCOLHO EU
UE PRA
VOCÊ
eu escolho pra você
EU
O
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SL
CO
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RO
AV
eu escolho pra você eu escolho pra você eu escolho pra você eu escolho pra você
eu escolho pra você eu escolho pra você eu escolho pra você eu escolho pra você
eu escolho pra você eu escolho pra você eu escolho pra você eu escolho pra você
eu escolho pra você eu escolho pra você eu escolho pra você eu escolho pra você
eu escolho pra você eu escolho pra você eu escolho pra você eu escolho pra você
eu escolho pra você eu escolho pra você eu escolho pra você eu escolho pra você
eu escolho pra você eu escolho pra você eu escolho pra você eu escolho pra você
eu escolho pra você eu escolho pra você eu escolho pra você eu escolho pra você
eu escolho pra você eu escolho pra você eu escolho pra você eu escolho pra você
eu escolho pra você eu escolho pra você eu escolho pra você eu escolho pra você
eu escolho pra você eu escolho pra você eu escolho pra você eu escolho pra você
eu escolho pra você eu escolho pra você eu escolho pra você eu escolho pra você
deixa que eu escolho pra você.
a. kaiser / f. foudèr
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
Mormaço.
Tiana não aparece por dois dias. Foi ao show do Fernando & Sorocaba e não voltou. Estou puto da vida com ela. Irresponsável. Tomara que tenham levado aquela quasímoda junto lá pro Mato Grosso ou pra Goiás, ou seja lá de onde eles vieram. Tomara que se perca no cerrado e seja atacada por um grupo de lobos-guará. Minha vida na casadeGiz está exaustiva, não sei atender telefone. Por isso, fica tocando o dia inteiro, e eu nada posso fazer.
O calor está me matando. Fico mais de oito horas na minha sala, embaixo do ar-condicionado, conciliando meu tempo entre escrever o roteiro de Tamagotchi e não fazer nada. Assisto Casos de Família, às vezes. Adoro mediocridades televisivas. Também olho para fora, admirando as pessoas lá embaixo, torrando no sol de 40 graus - sensação térmica 52. Penso: "Como eu sou especial". As pessoas esquecem de venerar objetos inanimados, por isso que nunca os têm. Pra mim, o ar-condicionado é a terceira maior invenção do Homem, por isso, sou especial e posso usufruí-la a vontade.
Os pintores finalmente terminaram a fachada da casa. Branco. Está tudo branco, bem como eu queria. O Saguão Capote está meio sem-graça. Preciso de cores fortes. Cores flúor. Vou mandar pintar de cores flúor. Azul, rosa, verde, amarelo. Todas flúor.
Minha gripe de verão está passando. Ou seja, adeus dores nas costas e coriza.
O resultado do Seletivo Especial ainda não saiu. Estou ficando com medo e raiva.
Estou preocupado.
Agradeço muito as mensagens no celular. Fazem me sentir muito feliz e amado.
Comi sanduíche de frango triturado e frito com Kally. Foi tão bom, tirando o fato de que ela roubou minhas batatas fritas.
Preciso dormir.
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
Para rir.
DANI CALABRESA IMITANDO LUCIANA GIMENEZ
(se possível, ler ouvindo/vendo o vídeo no YouTube, de mesmo nome)
"Para tudo. Gente, meu shake. Que delícia. Para tudo que senão eu tomo inteiro. Hum, como é bom. Gente, é chocolate? Ah, não, é strogonoff. Ah, agora é lançamento, gente, tem vários salgados. Pra você que achava que tava passando fome, oh!, mentira, gente, oh!, tô supersatisfeita. Como é bom. Pode pegar aqui, obrigada, Ordilei. Lembrando: no meu shake, gente, é o único que tem PHD neutro, hein. Não deixe que ninguém te engan/ Ah, não é? Num sei, confundi. Para, que mico. Ui. Enfim.
Oi, plateia, tudo bom? Gostaram da minha roupa? Adorei minha roupa. Quem fez minha roupa? Madame? Madame Vila Ventura?Ah, mentira! Ah, tá aqui? Pode entrar. Cadê a Madame Vila Ventura? Vem cá. Ah, para. Que arraso. Que gata. Que salto enorme. Que linda."
"Eu trouxe um desfile para você."
"Para tudo. Adoro desfile."
"Gente, que luxo. Para tudo. Adorei a miçanga, aqui no peitinho."
"Não é miçanga."
"Ah, é o ar-condicionado, tá meio frio. Ai, que mico. Para tudo, gente, é o mamilo do rapaz."
"Que must!, pensei em inglês. Ai, que lindo..."
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
Rancor.
Ando muito triste e preciso ir ao McDonald's. Sim, eu supro minha solidão, meu complexo de inferioridade e abandono com comidas calóricas. Sempre fico muito feliz depois de arrotar o último gole de Coca-cola e sentir o meu estômago vazio, mas cheio. Mas não gosto de ir sozinho. Por isso, eu e Sharlotte fomos ao McDonald's ontem à tarde, consegui convencê-la.
Tudo estava ótimo até chegarmos lá e nos depararmos com um ex-colega de classe, um dos atendentes do caixa. Não consegui entrar direto na lanchonete. Parei na porta. Ele nem tinha nos visto. ME visto. Edicley era um dos garotos que "tacavam bolinha" em mim na escola. Era o que mais gostava de me humilhar. Sharlotte olhou pra mim, preocupada.
"Se quiser, podemos ir ao Burger King."
"Não. Eu quero comer um Quarterão com Queijo e não é esse escroto que vai acabar com a minha vontade. Vamo. E eu quero ser atendido por ele."
"Mas, Fernando..."
"Sharlotte. Eu quero ser atendido por ele, qual o problema?"
"Pra que fazer isso?"
"Isso, o quê?"
"Para de ser rancoroso."
"Eu não sou rancoroso, só quero que todas as pessoas que me humilharam se fodam ao extremo."
Entramos na fila. Percebi que Sharlotte não parava de me olhar de soslaio. Continuei normal.
Estava chegando a nossa vez. Um pouco demorado, mas estava chegando a nossa vez.
"Só um segundinho que o Edicley já vai atendê-los", avisou uma garota esquisita que ajudava no caixa e na preparação dos pedidos.
...
"Boa tarde, qual o seu pedi...do?".
Ele percebeu.
Enzo, um dos meus Abomináveis chegou repentinamente.
"E aí, como é que vocês estão?", cumprimentou ele, dando beijinhos em Sharlotte.
"Tudo ótimo. Aceita comer com a gente? Eu pago."
Fico tão generoso quando estou triste.
"Claro!"
"O de sempre?"
"O de sempre."
Virei para Edicley, que estava meio tenso, os olhos baixos, fitados no computador.
"Então. É... Edicley. Ahn... Quero um Big Mac, sem cebola, sem picles, com o dobro de queijo, batata grande, Coca-cola... não? Sprite? Sprite grande. Um Quarterão com Queijo completo, batata grande, Coca-cola grande e um potinho de molho barbacue. E mais um Quarterão com Queijo completo, sem o pão, com batata grande, Coca-cola grande e um pot/"
"Sem pão?"
"Oi?"
"Sem pão?"
"É. Sem pão. Um dos Quarterão com Queijo sem o pão."
"SEM o pão?"
"É. Pão. Aquela massa feita de farinha de vários cereais, com água e fermento e depois assada no forno, fatiada e que é a base de todos os sanduíches de vocês e de qualquer outro tipo de sanduíche. Então. Eu quero um dos Quarterão com Queijo sem essa base universal dos sanduíches."
"Só com o hambúrguer."
"É."
"E com o queijo e o molho especial.
"É. Só com o hambúrguer, com o queijo e com o molho especial. Sem o pão. Entendeu?"
"Entendi."
"Que bom. Confirme tudo o que eu disse."
"Um Big Mac sem cebola, com o dobro de queijo, batata grande, Coca-cola/"
"Não, querido. Sem cebola E sem picles. E o refrigerante é Sprite. Você quer Sprite, não quer Sharlotte?"
"É, Sprite. Grande."
"Então. Um Big Mac sem cebola E sem picles, com o dobro de queijo, batata grande e uma Sprite grande."
"OK."
"Repita pra ver se marcou certo."
"Um Big Mac sem cebola e sem picles, com o dobro de queijo, batata grande e uma Sprite grande."
"Isso. Perfeito. E o resto?"
"Dois Quarterão com Queijo, sendo um, completo, com batata e Coca-cola grandes, e um potinho de molho barbacue; o outro, completo, mas sem o pão, com batata e Coca-cola grandes, também."
"E com um potinho de molho barbacue também."
"... potinho de molho barbacue..."
"Peraí..."
"Que foi, Enzo?"
"Não sei se quero Coca grande... Tem Fanta?"
"Tem."
"Fanta Uva?"
"Não."
"Não tem Fanta Uva?"
"Não."
"E se o cliente quiser Fanta Uva?"
"..."
"Tem Fanta Mundi?"
"Também não."
"Ê, Terceiro Mundo... Tá, pode ser Fanta Laranja. Do que adianta eles criarem uma porrada de sabores de Fanta se todo mundo só tem a primeira? O McDonald's, meu! O McDonald's! Só UM sabor de Fanta! Não, peraí... Não quero, não. Pode ser Coca-cola, mesmo."
"Fanta ou Coca-cola?"
"Coca-cola."
"Grande?"
"Grande."
"Me repete o pedido de novo, Edicley."
"Um Big Mac sem cebola e sem picles, com o dobro de queijo, batata e Sprite grandes; dois Quarterão com Queijo, sendo um, completo, com batata grande, Coca grande e um potinho de molho barbacue; e o outro, o mesmo, só que sem pão, só o hambúrguer com o queijo e o molho especial."
"Isso. Quanto deu?"
"R$ 47, 50."
"Débito."
"(...) Pode passar o cartão."
...
...
...
"Aqui o seu cupom."
"Tem certeza de que vai vir tudo certo?"
"Como?"
"Os pedidos. Todos vão vir certo?"
"Sim, sim."
"Como você sabe?"
"Porque o pessoal que faz os lanches recebe certinho o que o cliente quer e o que não quer."
"Mas eu não confio no pessoal que faz os lanches."
"Então eu não sei."
"Querida... Moça... Mocinha..."
"Oi, senhor, tudo bem? Algum problema?"
"Não, não, nenhum. É... Eu queria saber de uma coisa."
"Pode falar."
"O meu pedido foi um pouco grande e cheio de 'coisinhas'..."
"Coisinhas?"
"É, coisinhas. 'Tira isso, põe aquilo, blablablá'. Coisinhas."
"Ah, tá."
"Então. E eu tô com medo de que venha errado. E uma coisa que eu odeio é pedido de lanchonete que vem errado, entendeu? Mas, tipo, eu odeio muito. Já passei por maus bocados por lanches que vieram errados, com um picles a mais ou sem picles... tá me entendendo?"
"Sim, sim, claro."
"E eu gostaria que o... Edicley?"
"Edicley, Edicley."
"... Edicley fizesse os lanches. Acho que ele memorizou todos os pedidos certinhos. Tenho certeza de que não virão errados."
"Sim, claro, ele pode fazer os lanches, sim."
"Que ótimo. Muito obrigado MESMO. Afinal, tem um monte de gente aqui pra atender, né? Essa menina linda... Margarida. Ela pode atender no lugar do Edicley, não pode?"
"Claro. Margarida, fique no caixa e Edicley pra cozinha, os pedidos."
"Muito obrigado."
"Imagina. Estamos aqui para servi-los."
"Que bom."
Vamos nos sentar em uma mesa no interior da lanchonete.
"Você é o cliente mais chato de todos os tempos", disse Sharlotte.
"'E o Prêmio Filho-da-Puta do Ano vai para...'", brincou Enzo.
Eu sorri. E os pedidos não demoraram a vir.
Tudo estava delicioso e CORRETO.
Até agora.
"Agora vamos para o gran finale", eu avisei.
"O que você vai fazer?", perguntou Sharlotte, receosa.
Mordi um pedaço do meu Quarterão.
"Eu não acredito. O meu Quarterão está frio, sem picles e com um CATARRO ENORME dentro!", respondi a eles, cínico ao extremo e com um sorrisinho sarcástico.
"Você não vai fazer isso...", disse Enzo, incrédulo.
"Vou."
"Ai, Fernando, que nojo..."
Me abaixei um pouco na mesa, a cabeça sob o tampo de acrílico, o sanduíche aberto. Comecei a puxar ranho - aproveitando minha gripe de verão - e a escarrar sobre o hambúrguer. Em poucos segundos, uma bela mucosa amarelo-esverdeada estava fazendo companhia ao pedaço de boi triturado. Retornei a fatia de pão ao seu devido lugar.
"Com licença, meus amigos, mas sou obrigado a reclamar do PÉSSIMO atendimento do querido Edicley, que inclusive colocou CATARRO no meu sanduíche FRIO. Péssimo, catarro e frio. Essas palavras nunca devem estar juntas."
Me levantei e fui ao caixa, a cara fechada, emburrado, bravo, puto da vida.
"Quem é a gerente aqui?"
Edicley arregalou o olhos.
"Oi, senhor, tudo bem?"
"Não, não, não está bem."
"Algum problema?"
"Algum problema? Sabe qual é o problema? O problema é que este sanduíche está com gosto de boceta!" - sempre quis dizer isso! (vide "Vergonha dos Pés").
"Como?"
"Tá com gosto de boceta esse sanduíche! E não bastasse isso, está extremamente frio e tem um CATARRÃO aí dentro! UM CATARRO! Esse moleque aí escarrou no meu sanduíche! Cusparou catarro!"
Edicley foi mandado embora. E eu voltei a ficar feliz, ganhei outro Quarterão com Queijo maravilhoso, e tenho uma fábrica de ideias chamada casadeGiz.
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Cesto de lixo.
Do filme, só restou a trilha sonora...
Make It Wit Chu / Queens of the Stone Age
Circus Strongman Runs for PTA President / Yo La Tengo
Still Take You Home / Arctic Monkeys
I Know It's Over / The Smiths
Pale Blue Eyes / The Velvet Underground
I Don't Mind / The Who
Spanish Stroll / Mink DeVille
Andy Warhol / David Bowie
Don't Watch Me Dancing / Little Joy
Surfin' Boarding / The Tornadoes
Burning Love / Elvis Presley
You Never Can Tell / Chuck Berry
Wouldn't It Be Nice / The Beach Boys
A volta dos que não foram.
"Foudèr, é pra você."
"Tiana..."
"Sim, Foudèr..."
"Qual é uma das coisas que eu mais odeio?"
"Oi?"
"Qual é uma das coisas que eu mais odeio?"
"Qual é uma das coisas que você mais odeia?"
"É. Qual é uma das coisas que eu mais odeio?"
"É... num sei. Calor?"
"Eu só odeio calor quando eu estou com calor. Outra coisa."
"Cachorros grandes? Crianças até seis anos? Toalhas que não secam?"
"Não. Não. Não. Agora, aqui, nessa sala, o que eu poderia odiar?"
"Realmente não faço ideia."
"Você entrou sem bater, Tiana. Sem bater na porta. Simplesmente você entrou, dizendo: 'Foudèr, é pra você.' Eu poderia estar pelado. Poderia estar peidando. Poderia estar cagando no chão. Eu poderia estar tirando pó atrás da porta! E você simplesmente entrou, dizendo: 'Foudèr, é pra você'. Você podia ter me atrapalhado, me constrangido, me TUDO, graças a sua falta de educação."
"Eu pensei que só nos banheiros devêssemos bater na porta antes de entrar."
"É, realmente, para os mal-educados o banheiro é o único lugar que se deve bater na porta antes de entrar."
"Me desculpe."
"Quem é, no telefone?"
Era o Amany, meu Abominável preferido. Fiquei muito feliz pela ligação repentina dele; há mais de um mês não conversávamos mais. Os dois sem tempo. Ele, com as mãos nos sushis; eu, fazendo coisas desnecessárias.
Conversamos muito. Me contou do calor insuportável e das intervenções humanas que Bombinhas está sofrendo; dum filho-da-puta que lhe roubou mil reais; da recuperação do tombo de bicicleta (criança grande, mesmo, uhsuahsuasa); e dos novos arranjos que fez para algumas das músicas da nossa banda de música experimental, a "chiquitoPerera cansado-de-guerra". Ficaram demais, estou doido pra ouvir.
"Foudèr, você precisa voltar com a história de TAMAGOTCHI".
"Como?"
"TAMAGOTCHI. Você precisa voltar a escrever."
"Não, não, não, Amany, nem pensar. Aboli definitivamente a história dos planos da casadeGiz. O filme foi adiado, portanto o roteiro também foi pro arquivo."
"Mas Foudèr, a história é boa, tava demais. Você não precisa escrever o roteiro pra filme. Sei lá, escreve pra quadrinhos. Não era essa a segunda alternativa?"
"Era, mas essa ida do Rocha para o Rio me pegou desprevenido. Fiquei completamente sem ânimo. Por enquanto não. Quem sabe daqui um mês me dá ânimo e eu continuo o roteiro do filme?"
"Mas acho que quadrinhos ia ficar perfeito. Não foi você mesmo que disse que teria que cortar muita coisa da história pra poder passar pra filme?"
"Sim."
"Então. Nos quadrinhos você não precisa se restringir. Sem contar que você pode fazer um trabalho mais literário..."
"... com jeito de filme e fôlego pop. É, eu sei. Por que você me faz ter vontade de continuar as coisas, hein?"
"Hahahaha..."
"Bosta. Até a inspiração parece que já tá vindo."
"Hahaha, é que eu tava lendo Persépolis e vi que não podíamos deixar o TAMAGOTCHI morrer. A história tá perfeita pra quadrinhos."
"Tem razão. E eu sinto que preciso desligar e correr agora pra máquina de escrever, que as ideias já estão brotando."
"Haha, vai lá, vai lá..."
"Tchau. Abração. Tô com muita saudade de você."
"Eu também. Abraço."
"Se cuida."
Bom, e agora eu estou com o perfil dos personagens pronto.
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
Cores flúor.
Dia conturbado, hoje. Na verdade, o calor deixa tudo mais conturbado, tudo mais chato, tudo mais irritante. Principalmente irritante. Fiz muita merda, graças ao nosso alto verão tropical.
Fui até a casadeGiz ver como estava ficando a fachada. Odiei. Há mais de um mês que os pintores estão na "função" da fachada e não fizeram a coisa certa. Tenho muita raiva disso: a gente tenta ser bonzinho, compreensivo, e blablablá, acham que quanto mais demoram, mais trabalham, melhor ficará no final. E não. Tudo pelo contrário. Simplesmente cheguei na casa, transpirando, parei em frente a fachada, olhei, olhei para os pintores expectativos, fechei a cara e entrei. Sorte que Enzo me alertou de que estava ficando "esquisito".
Precisava de um ar-condicionado. Fiquei na minha sala por um bom tempo, embaixo do ar-condicionado, tentando espairecer, tentando tirar aquele rosa-shock e as cores flúor da cabeça.
"Mas seu Fernando, cores flúor estão na moda", tentava justificar um dos pintores.
"Foda-se a moda. Fodam-se as cores flúor. Elas são horríveis. Amanhã eu quero ver aquilo tudo BRANCO, tá ouvindo? BRANCO".
Logo em seguida, minha Sharlottinha chegou para uma visita. Foi a melhor coisa que me aconteceu. Realmente, mandada dos céus.
Fiquei deitado no colo dela, ela afagando meus cabelos e me contando coisas engraçadas. Me disse que o blog da Marina Albuquerque, uma jornalista-blogger aí que me entrevistou um dia, foi hackeado e transformado num blog gay chamado "Milking SchoolBoyz" kkkkkkkkkkkk'. Ri demais. Pena que a nossa entrevista de um dia inteiro foi para O Nada. Enfim, qualquer dia desses eu posto aqui. Me contou também que o silicone de uma conhecida nossa, conhecida de vir aqui encher o saco às vezes, vazou. Vazou, saiu, sei lá, não fecharam direito o peito dela... kkkkkk... demais, demais, demais. Foi tudo que eu precisei para um dia insuportável como hoje. Depois, tomamos um capuccino com uma deliciosa torta de limão e rimos, rimos, rimos.
Obrigado, Sharlotte.
Beijo.
Quem sou eu para falar de beijo? Uns entendem, outros não. Entendem em primeira instância, se acham que é sobre mim; já sabem o que quis dizer com a pergunta inicial. Mas não é sobre isso. Não quero tocar no assunto. Pra quê? As músicas, os livros, os filmes, as pessoas, a pouca vivência, já dão minhas conclusões. Todas minhas conclusões são partidas disso. E o beijo é a palpitação agora. Com o beijo, tudo acaba. É o ponto final. The End.
Nos filmes, o beijo, e você já sabe que a sessão terminará. "Mas tem beijo durante o filme...". Beijo sem-graça. Beijo chocho. Ah, blablablá, beijinho. Mas o beijo final, ah, esse é apoteótico. E acaba.
Nas músicas, milhares de beijos. Beijos para tudo e para todos.
Nos livros, leiam Jorge Amado.
As pessoas, observo e me repugno. Casaisinhos apaixonados, bleeerrrrk.
"Ai, m'mor, quem é a mais linda?"
"Quem é a mais linda, quem é a mais linda, quem é a mais linda? Vocêvocêvocê".
Beijo. E um balde pra eu vomitar.
Esses nunca pararão pra pensar. Ou para responder a uma pergunta:
"Como é que uma coisa que passa zilhões de bactérias, é agonizante, claustrofóbico, e ainda pode terminar com os relacionamentos, os amores platônicos, as amizades e os filmes, pode ser bom?"
Sabe por que não respondem? Porque estão passando zilhões de bactérias e terminando com relacionamentos, amores platônicos, amizades e nos filmes, todos estão morrendo no final.
Preciso encontrar com os meus Abomináveis. Saudade de vocês.
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